Tuesday, December 19, 2006

Sem título*

De repente, sua vida acaba.
De repente, você é um nada.
De repente, num segundo.
De repente, você não está mais nesse mundo.
Os olhos se cerram, as cortinas se fecham.
(O espetáculo acabou)
Um último suspiro, um grito, um silêncio.
Uma vida toda se vai, nada mais se pode fazer.
Um incidente, um acidente, um destino.
Você simplesmente não está mais lá.
Está fora, vendo tudo à distância, na passiva e cômoda condição de telespectador.
A testemunha do seu próprio fim.
O álibi perfeito de algo que jamais poderá ser desfeito.
Sendo assim, você só pode sorrir.
Um sorriso cínico, meio bobo, sem graça.
Um último sorriso. É o fim.

* escrito na Serra do Mar, a caminho de Caraguá, em 20/05/05.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home