Saturday, December 02, 2006

Com a cabeça nas nuvens



Dizem que criativo vive com a cabeça nas nuvens. Daí vem o atendimento, o planejamento, o mídia, ou o próprio cliente, e zás, corta as asinhas do “viajandão”, trazendo-o de volta à dura realidade, ao planeta Terra para resolver, com os pés no chão, aquele job em cima da mesa. Estas peças foram criadas em 2001, logo quando entrei na agência. Imagine só: precisava mostrar trabalho e fazer algo diferente do que normalmente vemos em campanhas de datas comemorativas. Naquela época, eu ia e voltava do trabalho, todos os dias, de ônibus. E quando eu menos esperava, quando achava que teria que optar pelo lugar-comum, eis que olho através da janela do busão e começo a viajar nas nuvens, literalmente. Lembrei de quando era criança e enxergava toda a sorte de animais, objetos e personagens no formato das nuvens. Comecei a montar um quebra-cabeças na minha cabeça até que cheguei na concepção visual da campanha. O conceito viria a seguir, na agência, na fase de lapidar aquele diamante bruto. Gosto muito destas peças e me orgulhei mais ainda quando, ao folhear as páginas da (extinta) Revista de Criação, deparei-me com uma campanha idêntica para alguma marca de vodca famosa (tão famosa que não consigo me lembrar o nome), mas que fora vencedora no Festival de Cannes. Mera coincidência? Talvez. De qualquer forma, o case “Nuvens” foi um aprendizado pois fora uma idéia mal aproveitada. Afinal, tem cabimento uma idéia estritamente visual virar um spot de rádio e não um comercial de TV? Se tem, então realmente eu vivo com a cabeça nas nuvens.

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