Tuesday, January 30, 2007

Coffee and Cigarettes


Há muito aprecio o trabalho do diretor Jim Jarmusch. Boa parte de seus filmes eu vi ainda menino. Foi o caso de “Night on Earth”, um dos melhores, na minha opinião. E, agora, adulto, estou revisitando sua filmografia. É o caso de “Coffe and Cigarettes”. Quando eu iria imaginar, ainda menino, que um dia, já adulto, eu estaria redigindo uma resenha sobre este filme? Ainda mais num blog (!!!). Bom, deixando de lado todo o minimalismo da arte do excêntrico diretor de cabelos brancos, vamos abordar o tema principal de um de seus mais cultuados filmes. Mas, afinal, sobre o que é o filme? Errou quem falou café e cigarros. Acertou quem falou o nada, o vazio. É isso aí. Durante a exibição do filme, fica claro que se tirarmos os vícios e prazeres - cafeína e a nicotina - dos personagens, a única coisa que sobra é... conversa!!! E nada deixa uma pessoa mais constrangida, vulnerável e desconfortável do que um diálogo. Como um dos próprios personagens diz, o cigarro é como uma chupeta, algo que as pessoas levam à boca e a que se agarram como uma forma de proteção, para suprir uma carência. Problema na fase oral, diriam os psicólogos. Talvez. O certo é que tanto o cigarro quanto o café são vícios sociais, responsáveis pela socialização do ser humano. Você fuma para ser aceito e fazer parte de um grupo, você toma um cafezinho para botar o papo em dia. Mas tire tudo isso. Tire o café, tire o cigarro. As pessoas ficariam totalmente despidas, umas olhando para as outras, sem graça e sem saber o que fazer, o que pensar, o que dizer. Arrisco-me a dizer - mesmo não sendo fumante e mesmo vivendo em uma época politicamente correta, em que a sociedade se voltou contra a indústria tabagista - que a função do cigarro e a do café são uma só: fazer com que fiquemos quietos. Que assim seja. Saúde!

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