Saturday, January 27, 2007

Publicitário perdido

O que a falta do que fazer não faz, não é verdade? Dia desses, estava pensando em como seria se eu tivesse sobrevivido a um acidente de avião e caído numa ilha deserta, como no seriado Lost. Tudo bem, a ilha de Lost não é tão deserta assim. Daí, fui mais longe ainda. Pensei comigo: para a sobrevivência do grupo, obviamente, um médico seria útil. Uma engenheira florestal seria útil. Um engenheiro seria útil. Um pedreiro. Uma cozinheira. Um pescador. Um caçador. Uma empregada doméstica. Agora, me responda: em que poderia contribuir um publicitário? “Meu Deus, cuidado, lá vem um urso polar. Rápido, Eduardo, faça um jingle”. “Nossa, estamos sendo atacados por um bando de javalis famintos. Peça para o Eduardo criar um slogan ou uma logomarca”. Patético, não? Pois é, acho que eu não teria muita serventia numa floresta. Embora o capitalismo seja selvagem, acho que publicitário só sobrevive mesmo na selva de pedra. Na ilha, na hora em que a fome apertasse, eu seria o primeiro a ser sacrificado e devorado pelos colegas, num ato desesperado de canibalismo. E os sobreviventes teriam uma bela duma indigestão. Ainda bem que tem o médico.

2 Comments:

Blogger Rô Rezende said...

Huauhau...pensando em trocar de curso agora. Ótima observação! Realmente o publicitário só é útil onde há sociedade já formada, afinal se não há sociedade com todos seus costumes e tudo o mais, como mudar seus hábitos? Ainda mais os de consumo!!

Me deliciando com seus textos, mas me mantendo quieta na maioria.

Parabéns pelos textos são ótimos (na falta de adjetivo melhor fica esse mesmo), do blog e das suas peças.

6:07 PM

 
Blogger Danilo Breda said...

Muito bom Dú!
Parabéns pelo texto.

2:52 AM

 

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