Thursday, December 07, 2006

Publicidade de Cordel II

O mito do pajé caçador de maus espíritos

Essa é uma história
Que se passou lá na aldeia
É o mito de uma tribo
Uma história que aperreia
Que começa muito bem
E acaba em cadeia.

Acontece que certo dia
No povoado ele chegou
Era um índio muito gordo
Que a todos declamou:
- Vim de longe até aqui
Pois minha oca se acabou.

E aquele povo acolhedor
Não hesitou em receber
Aquele pobre homem
Que fiel amigo dizia ser
Mas que a índole não deixava
Aquela máscara esconder.

Para agrura dessa tribo
O homem que ela acolhia
Não passava de um farsante
Só fumava, só bebia
E no seio daquele povo
Infestou a epidemia.

Se antes índio era bom
Agora morto era
E aquela tribo tão pacífica
De bela virou fera
É que por causa do pele-vermelha
A morte estava à espera.

O danado do índio
Acabou com a alegria
Vendo tanto índio moribundo
O mau espírito só sorria
É que o ardil daquela peste
A todo mundo contagia.

Sem saber o que fazer
O cacique olhou pro céu
E entregou ao deus “truvão”
Uma oferenda sob o véu
- Ó, Tupã, aqui está
Minha filha caçula, Lábios de Mel

Coincidência ou não
Um curandeiro apareceu
E como uma flecha certeira
Atrás do tirano ele correu
Com seu toque milagreiro
Ninguém mais adoeceu.

Só que o tal do mau espírito
De índio virou onça-pintada
Foi pra cima do pajé
Que caiu numa sentada
E do céu um trovão
Fez da onça aprisionada.

Depois de expulsar o mau espírito
Nosso herói foi aclamado
Bem-feitor daquela aldeia
E do céu um enviado
Mas o final dessa história
É melhor que o esperado.

O caso é que o pajé
Virou rei do medicamento
E o cacique agradecido
Cumpriu com seu intento
E a mão de sua filha
Deu origem ao casamento.

Depois do ritual
Silenciaram-se os tambores
Graças ao mágico elixir
Tinham-se ido todas as dores
E o que reinava na aldeia
Era a união dos dois amores.

Além de curar todos os males
E os problemas do coração
O pajé, amigo nosso,
Com a ajuda do sogrão
Montou uma pharmácia
Com remédio de montão.

O resto da história
nem é preciso que eu fale
Toda vez que a dor aflige
Pra fazer com que ela pare
O alívio imediato está ali mesmo
No balcão da Farmavale.

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