Monday, February 05, 2007

O silogismo sifilítico de Silas

O fim de semana passou voando. Silas passou o sábado e o domingo pesquisando sobre as conseqüências do aquecimento global. Segunda-feira de manhã. A professora o chama para escrever na lousa tudo o que aprendera durante suas pesquisas. Silas pega o giz e começa a escrever. O contato do giz faz um barulho irritante e insuportável. A classe toda começa a rir. As meninas se contorcem de tanto arrepio. A professora ameaça um sermão, mas prefere ficar quieta. Silas, aluno exemplar, começa a escrever, com sua letra que parece ter saído de um caderno de caligrafia. “Até o fim do século, o planeta pode ter esquentado entre 1,5º C e 5,8º C”. “As geleiras derreterão”. “O nível do mar subirá de 18 cm a 59 cm até 2100”. “Os furacões ficarão mais fortes”. “O mundo vai acabar”. Novamente, as meninas se contorcem, mas, desta vez, de medo. A classe, que até então bagunçava, fica agora em silêncio, apreensiva. A professora estranha a última frase na lousa e questiona Silas. Ele apenas olha para trás e faz um gesto com a mão, como se pedisse para ela esperar. E continua de onde parou. “O mundo vai acabar”. “Silas é virgem”. “Logo, alguém quer fazer séquiço com Silas”? As meninas se contorcem, mas desta vez de prazer. Toca o sino. Fim da aula. Fim do mundo. Pelo menos para Silas, que ficará suspenso por algumas semanas. É, Silas, o buraco de ozônio é mais embaixo.
Imoral da história: até quando o mundo acaba, tudo acaba em sexo.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home