Sunday, March 25, 2007

Legalize já*

- Meu, o que você acha da legalização da maconha?
- Pode crê, meu, maconha é legal.
- Comé quié?
- A maconha. É legal.
- He, he. Pode crê. A maconha é legal.
- Ha, ha. Quer saber? Você também.
- Eu também o quê?
- Você também é legal.
- He, he. Você também, cara. É legal pra caralho.
- Legal.
- O quê?
- Eu falei legal. Legal essa parada que você falou.
- Qual parada?
- Essa que você falou.
- O que eu falei mesmo?
- Ah, não lembro. Só sei que foi mó legal.
- Ssssss... Caraca, que papo de maconheiro.
- Pode crê. Passa a bola aí, maluco.

* Eduardo Spinelli é redator, é contista, é um cara legal pra caraio e... e... do que eu estava falando mesmo?

Amigos imaginários

Ter amigos imaginários é normal. Quando se é criança. Agora, um cara de trinta anos, como eu, ter amigos imaginários não parece ser uma coisa normal. Ainda mais quando este amigo imaginário é um anão travesti chamado Pablo. Pra piorar, Pablo, vulgo Pablito, tem um olho de vidro. Diz ele que perdeu o olho esquerdo numa briga de bar, ao levar uma facada de um velho bêbado. Eu duvido, mas tudo bem. Pablo é filho de um casal de anões que se conheceu num circo. Seu pai era argentino, daí o nome Pablo. Sua mãe, brasileira, era uma anã alcóolatra com mania de grandeza. Uma anã com mania de grandeza, dá pra acreditar? Pois bem, eu que nunca fui de muitos amigos durante minha vida toda, a esta altura do campeonato arranjo um anão invisível como melhor amigo, que me acompanha até no banheiro. Bom, depois eu termino esta história, tá na hora de colocar a ração do Pablo na gaiola.

Frase do dia

"Agenda é a melhor invenção para um cara como eu, que não sabe o que ou quem comeu ontem".

(E., um cara que faz amor, mas que não come ninguém, porque não é canibal)

Monday, March 12, 2007

Umbrella

- Do que você tá rindo?
- Nada.
- Fala.
- Nada, besteira.
- Ah, agora você vai falar.
- Não é nada, deixa pra lá.
- Fala.
- Tá, eu tava rindo de um lance aí.
- Que lance?
- Eu tava pensando na palavra umbrella. Pensei e achei engraçado. Só isso.
- Umbrela?
- É, umbrella, com dois eles. Quer dizer guarda-chuva em inglês.
- Sei. Mas o que você achou tão engraçado?
- Ah, sei lá, a sonoridade. Umbrella.
- Umbrella, umbrella. É verdade. É engraçado.
- Não falei?
- Umbrella. Cara, muito boa essa palavra.
- Fala bem rápido, várias vezes. Umbrella, umbrella, umbrella.
- Umbrella, umbrella, umbrella. Há, há, há! Cara, muito louco. Quer saber? Vou colocar o nome da minha filha de Umbrella.
- Ah, cê tá brincando, né?
- Não, tô falando sério.
- Tá louco, véio? Imagina só.
- É sério, cara. Gostei mesmo. Umbrella. Imagina. Umbrella Maria dos Santos. Umbrella, vem cá. Umbrella, tá na mesa. Umbrella, sua mãe tá chamando. Ah, o apelido dela podia ser Bré.
- Bré? Cê tá me zoando, né?
- Por que, não gostou? Podia ser Lalá então.
- Cara, eu falei: umbrella é guarda-chuva. Já imaginou em dia de chuva neguinho ficar zoando a sua filha, zoando com a sua cara? Xi, tá chovendo. Vou abrir a Umbrella porque já tô todo molhadinho. Imagina só!
- Pô, aí é mal.
- (...)
- Ei, do que você tá rindo?

Thursday, March 08, 2007

Querido blog,

por mais que você sinta saudades e tenha ciúmes dos meus freelas e das minhas aulas, quero que saiba que você ainda mora no meu coração. Sei que estou ausente, não telefono, nem posto mensagens novas. Mas saiba que a minha relação com os outros é meramente profissional. São eles que garantem o meu sustento, o pão nosso de cada dia, o leitinho das crianças e a cervejinha do fim de semana. Mas só você dá asas à minha imaginação. Não se esqueça: amor mesmo, de paixão, é só com você. Em breve, estarei de volta, para discutirmos a relação. Quer dizer, a redação. :)

Friday, March 02, 2007

Quem foi?

Quem foi que tirou isso de mim?
Quem foi, quem foi
Que roubou isso de mim?
Quem foi, quem foi
Que me deixou assim?
Quem foi, quem foi
Que levou minha esperança?
Quem foi, quem foi
Que matou a criança?
Quem foi, quem foi
Que recusou uma dança?
Quem foi, quem foi
Que não acreditou em mim?
Quem foi, quem foi
Que disse que já era o fim?
Quem foi, quem foi?
Foi você, não foi?
Não foi, fui eu.

Sem vc

Sem você, não tenho chão, não tenho teto
Sem você, não vivo não, me desespero
Sem você, não há mais quadros na parede
Sem você não sou ninguém, ninguém me entende.

Thursday, March 01, 2007

Eles voltaram!


Não é possível. Minhas preces foram atendidas. A vida voltou a ter sentido. Depois de sete anos, eles voltaram. E parece que agora é pra valer. Rage Against The Machine. No Coachella Valley, aquele mesmo festival, realizado no deserto dos EUA, que anos atrás conseguiu reunir bandas como Pixies e The Stooges. Agora, resta a pergunta: voltaram de vez ou apenas para uma única apresentação? Será que Zack de la Rocha, Tom Morello & Cia finalmente virão ao Brasil?
Obs.: Caros leitores, peço desculpas pela minha ausência. Caso não saibam, agora também sou professor de Criação e Redação Publicitária. Logo que passar este furacão, volto com força total. Um grande abraço.